É
muito importante saber de onde vem o alimento que chega a nossa casa.
Entre outros aspectos, isto nos dá garantia de que ele foi produzido
dentro de padrões éticos e legais relacionados a segurança,
saudabilidade e normas ambientais.
A rastreabilidade é um conceito
disseminado e praticado na cadeia da maçã do Brasil há mais de duas
décadas. O controle de todo o processo produtivo é um dos destaques na
produção da maçã brasileira.
A entrevista do Good Fruit Grower do último mês é com Guilherme Fontanella Sander, filho do Engº Agrº Renato Sander, da Associada ABPMMareli Agropastoril Ltda.
Guilherme relata sua história na fruticultura elencando os desafios da cultura da maçã no Brasil. Matéria do Good Fruit Grower, de 27 de julho de 2018.
Assista ao vídeo:
Guilherme cresceu trabalhando ao lado do pai Renato e da mãe Edna em pomares no sul do Brasil. Guilherme obteve seu mestrado em sistemas de treinamento de fruteiras e está cursando seu doutorado na Universidade do Estado de Santa Catarina.
Como você começou?
Cerca de 14 anos atrás, meu pai comprou seu próprio pomar. Eu cresci andando com ele nos pomares. Agora estou buscando minha educação, trabalhando no meu Ph.D., e sinto que preciso ir além do que o meu pai.
Dessa
forma, eu terei muitas informações combinadas com seu conhecimento
prático para fazer referência cruzada e desenvolver bons resultados no
campo. Eu viajei para aprender também. Eu estou procurando por conhecimento.
Como começou sua fazenda familiar?
Quando o pai começou, outros produtores não gostavam de sistemas de alta densidade; no entanto, ele estava pronto para olhar para frente. Ele não se importava se outros produtores não pensassem da maneira que ele fazia.
Quando
as pessoas disseram que não gastariam dinheiro com estacas e fios,
ele dizia: "Ei Gime (meu apelido), não ouça o que eles dizem. Olhe para frente - é o que está se fazendo em todo o mundo. Continue empurrando a previsão, faça o retorno mais rápido que o normal ”.
Em
2004, ele plantou um pomar em um sistema de alta densidade, colocando
muito mais árvores por hectare do que o normal em nossa área. Dois anos atrás, ele alugou outro pomar antigo, planejando comprar e convertê-lo em um novo sistema.
Existem desafios para o cultivo de maçãs no Brasil?
Em geral, a produção de maçãs no Brasil é relativamente curta, cerca de 40 anos. A maioria dos produtores de maçã é de segunda ou terceira geração - não como os EUA com muitas famílias de quinta geração.
No Brasil, temos o que é chamado de Triângulo, ou as três áreas onde podemos cultivar maçãs: Fraiburgo, São Joaquim e Vacaria.
Em Fraiburgo e Vacaria, temos solos profundos e livres de rochas. Em São Joaquim, temos algumas áreas planas, mas é principalmente colinas com solos rasos e muitas rochas. Na
minha área de São Joaquim, o cultivo da maçã é tipicamente com
porta-enxertos muito vigorosos para o cultivo de árvores nos solos
difíceis.
Um dos porta-enxertos que usamos, chamado Marubakaido do Japão, é tradicionalmente um dos melhores da nossa região. As pessoas continuam plantando e estão aumentando lentamente as densidades. Nossa área não tem as melhores condições para cultivar maçãs; nós temos muitos problemas.
No inverno, não temos horas de frio suficientes, por isso, às vezes usamos quebra de dormência artificial. Às vezes, não temos a melhor qualidade de brotação.
Por que buscar seu Ph.D.?
Eu preciso ver muitas situações e verificar o que temos em nossa região e ver o que podemos fazer e desenvolver para o futuro. Há muitas coisas para verificar antes de planejar um novo pomar.
Estou
aprendendo sobre sistemas de treinamento, quantos fios, quanto
espaçamento usar, que tipo de porta-enxerto a plantar, com estacas ou sem estacas. No futuro, quero ser um consultor profissional e produtor.
Que desafios você vê em se tornar um consultor?
Produtores parecem não querer gastar dinheiro em fios e postes. Eles só querem plantar. É difícil fazer com que eles mudem sua cultura nessa área.
No entanto, alguns têm visto resultados positivos e estão pensando em mudanças. Às vezes, eles usam novos porta-enxertos, como o Malling 9, mas não usam todas as formas recomendadas para cultivá-lo.
Eles não prepararam o solo corretamente ou espaçaram as árvores corretamente. Se
eles não plantassem M.9, um porta-enxerto não vigoroso, com espaçamento
próximo em nosso solo raso, eles acabariam com problemas.
O
que acontece é que quando algo não funciona, as pessoas boas começam a
conversar umas com as outras: “Não use esse porta-enxerto. Será um problema para você no futuro. As árvores não crescem.”
Essa mentira, quando é dita, muitas vezes se torna realidade para essa área em crescimento. Estas são as coisas que estou aprendendo, porque não quero ficar no passado.
O que você diria aos produtores mais jovens sobre o setor?
Pense no que você gostaria de fazer nos próximos 50 a 60 anos da sua vida. Se você decidir cultivar frutas, saiba que não é fácil.
Eu
recomendo que você vá estudar, verifique que você quer ser um produtor,
visite diferentes pomares em todo o mundo, se você puder, escolha uma
área para trabalhar na indústria e depois comece seu próprio negócio com
conhecimento. Primeiro conhecimento, depois crescer.
O médico vascular e ortomolecular, Dr. Dayan Siebra, conta um pouco da sua história com a maçã desde a sua infância e elenca a importância da fruta para a saúde e prevenção de doenças, citando as propriedades da fruta, benefícios à saúde e estudos científicos, que embasam um antigo ditado popular americano: "uma maçã por dia, saúde e alegria a vida toda!".
A podridão ‘olho de boi’
(POB), também conhecida como Pezícula, é uma das principais doenças da
cultura da macieira no Sul do Brasil. Segundo estimativas setoriais, é
responsável por perdas de até 20% no período final da armazenagem dos
frutos, podendo totalizar a perda de 50 a 70 mil toneladas de maçãs por
safra.
Desde 1999, quando foi identificada a sua ocorrência no Brasil, as
instituições de pesquisa e ensino começaram a pesquisar as
características do patógeno, a epidemiologia da doença e a definição de
diversas táticas de manejo desta podridão. Buscando apoiar o setor
produtivo no seu controle, a Embrapa Uva e Vinho, a Agapomi e
a Proterra Engenharia Agronômica promovem, no dia 23 de agosto, o
I Workshop sobre a Podridão Olho de Boi das Maçãs, no CIC de Vacaria-RS
(Rua Borges de Medeiros, 1288).
Segundo a pesquisadora Rosa Valdebenito Sanhueza, uma das
coordenadoras do evento, no encontro, palestrantes de diferentes
instituições de pesquisa irão apresentar pela primeira vez o conjunto
das informações obtidas nesses 18 anos de estudos, que deverá orientar
técnicos e produtores de maçãs que atuam nos pomares, bem como os que
trabalham na conservação da fruta. “A principal dificuldade para o
manejo da doença, que também causa sintomas de morte de esporões e as
vezes pequenos cancros nos galhos, reside no fato do patógeno estar
presente nos ramos e gemas durante todo o ciclo da cultura e também nos
frutos, independentemente das aplicações de fungicidas”, complementa a
especialista.
A programação completa pode ser conferida em: https://bit.ly/2w6dDXX .
As inscrições custam R$200,00 para o público em geral, R$150,00 para
estudantes e R$100,00 para sócios da Agapomi, ABPM e Associação dos
Engenheiros Agrônomos de Vacaria (ASAV). Para mais informações e fazer
sua inscrição antecipadamente, ligue (54) 3232-8890 ou (54) 3232-1353.
Em 26/04/2018 o Sr. Pierre Nicolas Pérès apresentou o Setor Brasileiro da Maçã durante Fresh Produce India no workshop "Potenciais novos fornecedores de maçãs para a Índia."
Abaixo o depoimento do jornalista da Fruitnet sobre a participação do Sr. Pierre no envento:
"Foi ótimo encontrá-lo em Mumbai! Novamente agradeço muito por sua contribuição como palestrante. Estamos felizes de que pode estar lá e por falar aos participantes uma análise detalhada da indústria Brasileira de Maçãs e o que ela tem a oferecer para o mercado Indiano."